A água é um ambiente ideal para a reabilitação através de exercícios de fortalecimento, condicionamento físico e, principalmente, de flexibilidade e relaxamento. "A falta de gravidade promovida pelo empuxo é responsável pelo relaxamento da musculatura de postura", relata a Dra Gizele Piccoli.
A fisioterapia em água aquecida, ou hidroterapia, é indicada principalmente para aliviar dores e melhorar a circulação sangüínea. E o que é melhor: na água o impacto é quase nulo, no prejudicando as articulações, principalmente dos joelhos. A água ainda faz aumentar a freqüência respiratória, sendo ótima para o coração e o pulmão.
Dentro da hidroterapia, há várias técnicas na qual são aplicadas para cada caso e paciente. "De acordo com a avaliação é que traçamos o protocolo de tratamento. Se o paciente necessitar fortalecer, iremos fortalecer, mas se o caso dele é, por exemplo, um PC (parilisia cerebral) espástico o ideal é flexibilizar essa musculatura, e isso é muito eficaz através da técnica de Watsu", afirma Dra Gizele.
O Watsu é uma técnica da terapia aquática em que objetiva, principalmente, o relaxamento muscular, aumento da mobilidade articular, flexibilidade e diminuição da espasticidade e stress.
WATSU quer dizer shiatsu na água (do inglês water + shiatsu) e define uma prática que mistura massagem, relaxamento, alongamento e exercícios. A pessoa fica em torno de 60 minutos dentro da piscina, sem tocar os pés no chão, com o auxílio de um terapeuta. A água é aquecida, em média, a 32ºC e o terapeuta vai fazendo várias manobras, massageando pontos de tensão e alongando os músculos dentro da água. Não é preciso saber nadar, e mesmo aqueles que têm medo de água não devem desistir, pois os terapeutas cuidam para que a submersão seja feita gradualmente.
A princípio é indicado para todos. Não é preciso estar doente ou estressado para desfrutar do relaxamento e serenidade proporcionados pelo Watsu. Ele é aplicado ainda no tratamento de stress, ansiedade, insônia, enxaqueca, disfunções neuromusculares, dores agudas e crônicas da coluna, pacientes que apresentam dificuldades no treinamento das atividades funcionais (AVD's) devido à dor, espasmo muscular ou espasticidade, alterações ortopédicas (lombalgias, cervicalgias, pós-operatórios, etc), neurológicas (AVC, TCE, parkinson, esclerose múltipla), reumatológicas (osteoartrite, artrite reumatóide), respiratórias (DPOC) e pós-cirúrgicos (mastectomia, cirurgias cardíacas), fibromialgias.
As técnicas de hidroterapia podem ser combinadas durante o tratamento. "Se temos um paciente espástico com dores crônicas podemos conciliar o watsu com a técnica de hidroterapia nas algias", informa a fisioterapeuta.
A técnica de hidroterapia nas algias é específica para quadros álgicos, na qual o paciente fica impedido de realizar suas atividades diárias em função das dores. Nela, o fisioterapeuta realiza alongamentos, massagens e trações nos pontos específicos de dor. E ainda, nesta técnica o fisioterapeuta realiza exercícios na qual o praticante fica submerso (debaixo da água). É claro que os exercícios são adequados para uns e inadequados para outros, mas a Dra Gizele afirma: "É muito relaxante ficar submerso, tiramos todo o peso do nosso corpo e nos dá a sensação de leveza".
A fisioterapia aquática é uma terapia bem tranqüila e existem poucas contra-indicações. No geral são situações que deixam claras a impossibilidade de realizar uma sessão na água. Deve-se tomar conhecimento desses possíveis fatores na entrevista que deve ser feita antes de entrar na piscina. Porém, certifique-se sempre que está realizando estas técnicas com um profissional qualificado.
Desta forma, a hidroterapia ajuda em várias patologias. E mesmo as pessoas que trabalham o dia todo e chegam em casa com aquelas "terríveis" tensões musculares são beneficiados por ela, afinal o relaxamento obtido na água é muito eficaz. "Quem realiza uma sessão de watsu fica tão relaxado que não quer mais saber de fazer outro exercício", afirma a fisioterapeuta.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário